Em busca do crochê perfeito
- soseforcroche

- 3 de ago. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de ago. de 2021
Quem aqui nunca fez um biquinho de crochê em pano de prato que atire a primeira pedra!
Pois bem, eu (Karina), nunca fiz bico em pano de prato, nunca fiz borda de toalha de mesa, muito menos sapatinho de bebê e não atirei pedra em ninguém (nem pretendo) e ainda me pergunto: É tão ruim assim eu ter começado a tecer sem ter feito um biquinho em pano de prato? Claro que não! Mas há tantos julgamentos e tantos olhares tortos a cerca de quem tece que parece que temos que estar sempre na "moda" do que as pessoas gostam ou preferem (entenda "as pessoas" como os próprios artesãos do crochê).
Muitas crocheteiras e crocheteiros ainda trabalham com peças muito conhecidas por nós, os velhos e deliciosos jogos de tapete de banheiro. Peças estas produzidas nos mais variados estilos e formatos em que os artesãos que os produzem ganham uma grana considerável por seus trabalhos e optaram por isso... existe um público que compra seus produtos e que admira o tipo de arte que eles produzem, assim como há pessoas que preferem adquirir cestos de bichinhos, roupas em crochê, bolsas das mais variadas, e claro, os panos de prato e seus bicos maravilhosos.
Nossa mãe fez muitos bicos em pano de prato, todos produzidos com muita delicadeza e que merecem todo o nosso respeito pois aprendemos a tecer com ela e tudo o que ela nos proporcionou de ensinamentos desta técnica veio do que ela aprendeu no tempo dela, o que com certeza vinha dos bico de panos de prato e das roupinhas de bebê.
Minha primeira peça foi ou melhor, seria, pois eu nunca terminei, um estojo de granny square (quadradinho da vovó) e foi um parto produzi-lo. A agulha para mim era muuuuuito pequena, o fio era muuuuuito fino e minha capacidade motora era muuuuito ruim. Mas eu consegui do meu jeito criar uma maneira de crochetar e completar a tarefa de produzir minhas peças da melhor maneira possível. Hoje eu ainda não sou muito adepta aos fios finos. Para mim quanto maior e mais imponente o fio, mas eu gosto! Sou adepta ao que eu mesma chamo de "crochê ogro". Gosto das grandiosidades... Se você ainda não conhece Anne Galante vá conhecer as obras de arte feitas por ela, são inacreditavelmente lindos e grandiosos!
Nós aqui do Só se for crochê somos bastante ecléticas... Amamos um trabalho em crochê bem feito, independente das espessuras, dos modelos ou peças executadas. Muitos artesãos nos inspiram e nos deixam orgulhosas em seguir produzindo crochê e por isso acreditamos que devemos entender que cada um dos artesãos tecem peças com um estilo próprio, um viés. A busca pelo crochê perfeito existe, mas devemos respeitar nossas origens ou o que decidimos produzir e o que os outros produzem. Todos temos lugar ao sol e devemos respeitar o que cada um escolhe, mesmo que este seja um bico de crochê em panos de prato ou a maior peça de crochê do mundo. O que importa aqui é onde o seu trabalho te leva e não pode ser menos do que à felicidade de se fazer o que só você faz!
E viva a espontaneidade de se fazer o que se quer. O projeto perfeito vem do que perfeito achamos que é!




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